Conhecer a Deus é a jornada mais extraordinária que podemos empreender, pois Ele nos criou para isso. Desde o princípio, Deus desejou um relacionamento íntimo conosco — um relacionamento real, pessoal e cheio de vida.
Na criação, Deus nos fez à Sua imagem (Gênesis 1:26-27), o que revela que conhecer a Deus é refletir Seu caráter e viver em comunhão com Ele. No Jardim do Éden, Deus caminhava com Adão e Eva, mostrando que estar perto dEle é o propósito para o qual fomos feitos.
Assim, conhecer a Deus significa entender que fomos feitos para mais do que existir: fomos criados para estar em comunhão com o Criador, para refletir Seu amor, Sua bondade e Sua glória no mundo.
Esse é o ponto de partida para a nossa jornada espiritual: reconhecer que fomos chamados para viver em comunhão verdadeira com Deus, experimentando Sua presença e transformação.
O Propósito: Uma Família Com Muitos Filhos Parecidos com Jesus
Deus não nos chamou apenas para uma relação individual com Ele, mas para fazer parte de uma família espiritual.
Desde o início, o Senhor desejou que fôssemos mais do que Seus servos — Ele nos chamou para sermos Seus filhos (João 1:12), participantes da Sua natureza e herdeiros das Suas promessas (Romanos 8:17).
Ser parte dessa família significa viver em comunhão com outros que também foram adotados por Deus, formando um corpo unido pelo Espírito Santo (Efésios 2:19-22). Essa união não é apenas social, mas espiritual, marcada pelo amor, apoio e crescimento mútuo.
Na Bíblia, Paulo nos lembra que Deus nos predestinou para sermos conformes à imagem de Seu Filho, Jesus Cristo (Romanos 8:29). Isso mostra que o propósito de Deus para Sua família é que todos nós cresçamos e nos transformemos, vivendo à semelhança de Cristo em caráter e ação.
Ser família espiritual é, portanto, cumprir um propósito divino: refletir o amor de Deus no mundo e fortalecer uns aos outros na fé.
A Queda: Uma Ruptura no Relacionamento com Deus
Muitos ainda pensam que o pecado original foi apenas “comer uma maçã” ou um simples ato físico. No entanto, o verdadeiro pecado foi muito mais profundo.
O pecado foi uma desobediência consciente a Deus. Ao comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gênesis 3:6), Adão e Eva rejeitaram o governo divino sobre suas vidas.
Essa escolha causou uma ruptura no relacionamento com Deus e trouxe consequências para toda a humanidade, afetando a identidade e o destino da raça humana.
Por isso, houve separação entre a humanidade e o Criador, impactando o propósito divino de que conhecêssemos a Deus profundamente e vivêssemos em comunhão com Ele.
Mesmo diante dessa queda, Deus prometeu restaurar esse relacionamento. Em Gênesis 3:15, Ele revelou que o descendente da mulher — Jesus Cristo — pisaria a cabeça da serpente, simbolizando a vitória definitiva sobre o pecado e a restauração do acesso pleno a Deus.
Ao longo do Antigo Testamento, Deus reafirmou essa promessa de redenção. Por meio da Lei, dos sacrifícios e dos profetas, Ele apontou para o sacrifício perfeito de Jesus Cristo, que viria para tirar o pecado do mundo (Isaías 53:4-6; Salmo 119:105; Hebreus 1:1-2).
Assim, o povo de Deus pôde continuar conhecendo a Deus e Sua vontade, crendo firmemente na vinda do Messias Salvador.
O Perdão: A Reconciliação Através de Jesus Cristo
Diante da separação causada pelo pecado, Deus não abandonou Sua criação (Romanos 5:8).
Desde a fundação do mundo, Ele traçou um plano redentivo que se cumpriu em Jesus Cristo — o Filho de Deus enviado para restaurar plenamente o relacionamento perdido entre a humanidade e Deus (1 Pedro 1:20; João 3:16).
Mesmo antes da vinda de Jesus, o povo de Deus no Antigo Testamento pôde conhecer a Deus por meio da Lei e dos profetas, que apontavam para o sacrifício perfeito e definitivo de Cristo (Isaías 53:4-6, Salmo 119:105, Hebreus 1:1-2).
Por meio da vida perfeita, da morte sacrificial e da ressurreição de Jesus, tornou-se possível um conhecimento mais íntimo e pleno de Deus, não mais como meros servos distantes, mas como filhos e filhas amados (Hebreus 9:14; Romanos 8:15-17).
Essa reconciliação é o caminho para restaurar a comunhão original que Deus desejava desde a criação, permitindo que vivamos em intimidade com Ele e experimentemos uma relação pessoal profunda (2 Coríntios 5:18-19).
A Igreja: A Comunidade dos Filhos de Deus
Após restaurar nosso relacionamento com Deus por meio de Jesus Cristo, Ele nos chamou não apenas para uma fé individual, mas para fazermos parte de uma comunidade espiritual — a Igreja.
Jesus constituiu a Igreja como o corpo vivo de filhos e filhas de Deus, uma família unida por Seu amor e chamada a crescer juntos no conhecimento de Deus (Efésios 2:19-22; João 1:12-13).
Nesta comunidade, experimentamos comunhão, suporte mútuo e fortalecimento espiritual, refletindo a intimidade que Deus sempre quis para conosco.
A Igreja é o espaço onde o plano de Deus continua sendo cumprido na Terra, e onde cada pessoa é chamada a viver sua identidade como filho amado, em relacionamento com Deus e com os irmãos.
Conhecer a Deus, portanto, também significa fazer parte dessa família espiritual, contribuindo para a missão de Deus no mundo ao lado de outros irmãos e irmãs em Cristo.
O Chamado: Cumprindo Nosso Propósito Pessoal e Coletivo
Como filhos de Deus e membros da Igreja, somos chamados a dar continuidade à missão que Deus estabeleceu desde a criação: conhecer a Deus profundamente e fazer Seu nome ser conhecido em toda a Terra.
A obra missionária não é uma atividade opcional ou secundária, mas o coração do que significa viver como igreja e filhos de Deus. Pois ao recebermos o amor e o conhecimento de Deus, somos enviados para compartilhar essa boa notícia com todos, cumprindo o propósito original da humanidade.
Portanto, somos todos missionários, chamados a participar desse grande propósito de Deus no mundo.
Jesus deixou claro esse chamado em duas orientações essenciais para a vida cristã:
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O Grande Mandamento: amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos (Marcos 12:30-31).
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A Grande Comissão: fazer discípulos de todas as nações, batizando-os e ensinando-os a obedecer a tudo o que Jesus ordenou (Mateus 28:19-20).
Fazer parte da Igreja é estar envolvido nessa missão contínua, que começa no nosso crescimento pessoal com Deus e se manifesta no compromisso de levar essa experiência transformadora a outras pessoas.
Dessa forma, missões e discipulado são inseparáveis: conhecer a Deus é o fundamento da vida cristã, e tornar Jesus conhecido é a missão que revela nosso amor por Ele e nossa fidelidade ao Seu chamado.
A Santificação: Conhecendo a Deus e Sendo Transformados
Conhecer a Deus não é um evento pontual, mas uma jornada contínua. Ao sermos reconciliados com o Pai por meio de Jesus, o Espírito Santo passa a habitar em nós, conduzindo-nos por um processo de transformação chamado santificação — um caminho de crescimento em amor, pureza, obediência e intimidade com Deus (1 Tessalonicenses 4:3; 2 Coríntios 3:18).
A santificação é a resposta diária ao chamado de viver como filhos de Deus, refletindo o caráter de Cristo em nossas atitudes, decisões e relacionamentos.
Ela nos leva a uma vida que honra a Deus em cada esfera — pessoal, familiar, profissional e ministerial — evidenciando que fomos separados para Ele.
Esse processo não acontece de forma isolada. Ele se desenvolve no contexto da Igreja, onde somos edificados mutuamente, corrigidos em amor e encorajados a perseverar.
Conhecer a Deus, portanto, é também crescer juntos como corpo de Cristo, buscando juntos a maturidade espiritual (Efésios 4:11-13).
E à medida que somos transformados, somos naturalmente levados à missão. Não existe santificação verdadeira sem fruto. Por isso, somos todos missionários — chamados a testemunhar com nossa vida e palavras que Jesus é Senhor.
Viver o processo de santificação é tornar Deus conhecido em um mundo que anseia por sentido e verdade (Mateus 5:16; João 17:17-18).
A Volta de Jesus: Cumprimento do Plano de Deus Até que Ele Venha
A jornada cristã não termina nesta vida. Conhecer a Deus é também viver com os olhos voltados para a eternidade, firmes na esperança da volta gloriosa de Jesus Cristo, quando o plano redentivo de Deus será plenamente consumado.
Naquele dia, seremos transformados à imagem de Cristo, recebendo um corpo glorificado, completamente livre do pecado, da dor e da morte (1 Coríntios 15:51-53; Filipenses 3:20-21).
Tudo aquilo que hoje conhecemos em parte, pela fé, será revelado plenamente — veremos a Deus face a face e desfrutaremos de uma comunhão perfeita e eterna com Ele (1 Coríntios 13:12; Apocalipse 22:4).
A Escritura nos promete “um novo céu e uma nova terra”, onde habita a justiça e onde o próprio Deus habitará com Seu povo, enxugando dos nossos olhos toda lágrima (Apocalipse 21:1-4).
Essa esperança escatológica fortalece nossa fé, renova nosso ânimo e dá sentido à missão que recebemos.
Até que Ele venha, vivemos como filhos amados, chamados a refletir Seu Reino no mundo, cumprindo a missão e conhecendo a Deus cada vez mais profundamente.
Essa é a viva expectativa que molda nosso presente: sermos fiéis hoje, com os olhos no amanhã, certos de que o melhor ainda está por vir.
Conclusão: Conhecer a Deus e Fazê-lo Conhecido Hoje
Toda a história da salvação — da criação à redenção, da imissão da Igreja à volta de Cristo — revela um convite amoroso para: conhecer a Deus e viver em comunhão com Ele.
Não se trata de pertencer a uma religião ou de acumular conhecimento intelectual sobre as coisas do céu, mas de viver uma relação viva, profunda e transformadora com o nosso Criador por toda a eternidade.
Hoje, esse chamado continua ecoando. Como filhos de Deus, fazemos parte do Seu plano eterno e caminhamos por este mundo como peregrinos, conscientes de que nossa verdadeira pátria está no céu (Hebreus 11:13-16; Filipenses 3:20).
Enquanto aguardamos a plenitude dessa promessa, somos chamados a manifestar o amor de Deus, anunciar Sua verdade e viver de forma digna do Evangelho, refletindo o caráter de Cristo em tudo o que fazemos.
Que possamos responder com fé, entrega e ação, buscando conhecê-Lo mais a cada dia — e ajudando outros a também conhecê-Lo e segui-Lo até o dia em que O veremos face a face.
